quarta-feira, 12 de novembro de 2008

BR-153

Clic Erechim, 12/11/2008

Francisco Basso Dias (de Porto Alegre)*

Não fiquei sabendo mais nada do movimento que iniciou por Erechim, através da AMAU – Associação dos Municípios do Alto Uruguai – para a conclusão do trecho de cerca de 80 quilômetros que liga Erechim a Passo Fundo.

Quando foi feito o traçado dessa rodovia a intenção do governo era unir os pontos mais distantes do território nacional por estrada: Chuí, no Rio Grande do Sul e Oiapoque, no Amapá. Mais de 150 importantes cidades e capitais seriam ligadas através dessa importante estrada de 4.799 quilômetros, com a intenção de povoar e desenvolver o centro do país.

A Rodovia Transbrasiliana (BR-153) é a quarta maior rodovia do Brasil, ligando a cidade de Marabá (Pará) ao município de Aceguá (Rio Grande do Sul), totalizando 4,355 quilômetros de extensão.

A BR-153 é a principal ligação do Centro-Oeste e do Meio-Norte do Brasil (Pará, Amapá, Tocantins e Maranhão) com as demais regiões do país. Metrópoles como Goiânia e Brasília a utilizam com o principal corredor de escoamento. É também muito utilizada para acender a regiões turísticas como a da estância de Caldas Novas (Goiás), e a cidade histórica de Pirenópolis (Goiás). Durante muito tempo foi considerada uma rodovia bastante perigosa pela péssima conservação e seu traçado sinuoso no meio do cerrado goiano. Hoje sua duplicação entre Goiânia e Itumbiara e na região sul de Goiás encontra-se parcialmente concluída. O governo federal anunciou recentemente no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) intenção de privatizar esse trecho da rodovia quando a duplicação estiver concluída.

Cabe salientar que a BR-153 foi construída em uma época em que o estado de Goiás necessitava de um elo com o restante do Brasil, ou seja, o seu surgimento foi preponderante para a região. Histórias que permeiam a Transbrasiliana são muitas, dentre elas a da ponte sobre o rio Paranaíba em Itumbiara que, segundo estudiosos, é da Revolução de 30, antes mesmo do surgimento da própria rodovia. Oficialmente, de acordo com o Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), órgão do Ministério dos Transportes responsável pelas estradas brasileiras, a BR-153 começa em Marabá (Pará) e termina em Aceguá (Rio Grande do Sul). Segundo sua assessoria de imprensa, ela só ganha o nome de Transbrasiliana no Estado de São Paulo – o que está incorreto, já que o nome também é popular em Santa Catarina e no Paraná. Por sua vez, os mapas rodoviários e alguns documentos oficiais denominam Transbrasiliana o trajeto Aceguá-Belém, o que inclui cerca de 2800 quilômetros da popular Belém-Brasília. Até a pequena Wanderlândia, no norte do Tocantins, ambas as rodovias seguem como BR-153. Depois, esta faz um desvio até Marabá, enquanto a Belém-Brasília segue como BR-226 e, depois, BR-010. Enfim, o fato é que não há consenso algum.

A BR-153 possui trechos de maior ou menor qualidade/dificuldade, dependendo de vários fatores (alguns deles mais ou menos de natureza permanente outros temporários). Ela não segue a orla marítima, onde está assentada a maior parte da população brasileira, mas sim permanece sempre no interior, ultrapassando além dos estados citados acima, os estados do Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

O Denit, tem distribuído recursos a algumas regiões do país para recuperação e conclusão de alguns trechos dessa estrada, mas para o Rio Grande do Sul está ainda a dever.

Um dos políticos interessados em que o trecho Erechim-Passo Fundo seja complementado é o deputado Beto Albuquerque, (PSB-RS) vice-líder do governo na Câmara dos Deputados.

Não é a primeira vez que o parlamentar tem cooperado para a solução de problemas da região do Alto Uruguai. Lembro que foi por obra sua que Erechim foi contemplada com recursos federais para realização de obras no trevo de acesso à cidade

O deputado Beto Albuquerque é um aliado forte, e não se pode prescindir de seu auxílio nesse importante trabalho de mobilização.